segunda-feira, 15 de agosto de 2011

GRANDE MANIFESTAÇÃO MUNDIAL PRO-XINGU

Uma grande manifestação simultanea e internacional será realizada no dia 20 de agosto as 13:00 hrs.

Os estados brasileiros participantes são: Acre, São Paulo, Rio de janeiro, Pernambuco, Amazonas, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Bahia, Brasilia, Belo Horizonte, Maranhão, Mato Grosso, mato Grosso do Sul, Pará, Amazonas, Paraná, Minas Gerais e Brasilia.

Paises participantes: França, ecuador, Peru, Mexico, Estados Unidos, Canada, Argentina, Chile, Reino Unido, Espanha, Austrália e Portugal.

Em São Paulo-SP o evento se realizará na Av. Paulista, em frente ao MASP ( Museu de Arte de São Paulo) as 13:00 hs


Em Santos-SP, praça das bandeiras, 18:00hs

No Rio de Janeiro-RJ, posto 4 na Av. Atlantica em Copacabana, as 14:00 hs

Em Salvador-BA, Praça Campo Grande, até a Praça Municipal, as 14:00 hs

Em Fortaleza-CE, praça José de Alencar, centro, as 13:00 hs


Em Natal-RN, Calçadão da João Pessoa, centro, as 14:00hs

Em Recife-PE, Praça do Derby, as 14:00 hs

Em Brasília-DF, em frente ao congresso nacional, as 14:00 hs

Em Belo Horizonte
, Av. Afonso pena, centro, em frente a sede da prefeitura, as 14:00hs

Em João Pessoa-PB, feirinha de Tambaú, as 14:00

Em Belém-PA, Praça da República, em frente ao Teatro da Paz rumo ao Ver o Peso, as 08:30

Em Porto Alegre-RS, Praça Parobé, mercado publico, as 14:00hs


Em Canarana-MT, em frente a prefeitura de Canarana, as 13:00hs

Na França, Parvis des droits de l'Homme, place du Trocadéro, Paris, 15:00h

Em Portugal, ...

PORTO, Consulado Brasileiro, Av França n° 20, as 13:00 hs

LISBOA, Consulado Brasileiro, Praça Luis de Camões , CHIADO

Nos Estados Unidos - USA...


San Francisco, 300 Montgomery street, Suite 900, San Francisco, CA 94104, day 22, Monday, in Brazilian Consulate.

Washington, DC Brazilian Embasy in Washington DC - Georgetown, Monday, 22 12:30pm


Salt Lake City, Utah Utah Brazilian Consulate, 180 south 300 West, Suite 130, Monday, 22 TDB


New York City, NY Brazilian Consulate, AVE. of theAmericas and 14th ST. NYCMonday, 22 12:00pm


No Mexico, Guadalajara, Brazilian Consulate, monday 22, 12:30pm


Wales Wrexman, Monday 22, 1:00pm


Na Austrália, Caneberra, ACT Brazilian Embassy - Canberra. 19 Forster Crescent, Yarraluma, monday, 22, 1:00pm


No Canadá, Toronto, Ontario Embassy of Brazil in Toronto - 77. Bloor Street West, Suite 1109, Monday 22 3:00pm


Na Inglaterra, London Embassy of Brazil, London, Monday, 22, 1:00pm


Na Alemanha, Berlin Brazilian Embassy in Berlin, Monday, 22 2:30pm


Em Netherlands, Hauge Brazilian Embassy in the Haugue, Monday, 22, 8:30am


Em Scotland, Edinburgh from Carlton Hiil to the Meadows Monday, 22, 12:00pm


Em Taiwan, Taipei Nearest Emassy or Consulate, Monday, 22, 2:00pm


Em Turkey, Ankara Brazilian Embassy, Monday,22, 11:00am


Com realização de cantos e danças tradicionais xinguanas, torés diversos e rituais de guerra xinguanos.

Haverá pintura corporal indigena xinguana, realizada pelos guerreiros do xingu.


CHEGUE CEDO PARA SER PINTADO PELOS GUERREIROS DO XINGU (a partir das 11:00 às 13:00)

Estarão presentes as etnias indigenas: Kalapalo, Kamayurá, Kuikuro, Guarani, Wassu cocal, Xavante, Tikuna, Pataxó, Pankararu, Fulni-ô, Kaiowá, entre outras mais.

COMPAREÇA!!

E faça parte desta grande corrente de cidadania e justiça!!

PELO DIREITO DE SOBREVIVENCIA DOS POVOS XINGUANOS

Organização:

Sany Kalapalo
Neydison Pataxó
Kuana Kamayurá
Eduardo Vitszyn

Apoio:
Blog do Netuno
Vedas
Casa Jaya
Greenpeace
Revolução da colher
Xingu vivo para sempre
Tradição dianica nemorensis
Movimento Brasil pelas florestas
Museu do índio - Embu das artes/SP

Obs: O museu do indio e a Casa Jaya, em são paulo, estarão realizando pinturas corporais indigenas xinguanas na semana anterior o dia do protesto para quem quiser se preparar para o grande ritual antecipadamente.



HISTORICO

O Frente de Ação Pro-Xingu é uma idealização ds índias Sany Kalapalo e Kuana Kamayurá Kalapalo, que criaram este grande movimento visando combater os reais problemas sofridos no Xingu. O principal deles, é a construção de uma mega usina hidroelétrica que, desde que fora projetada em 1980, vem desencandeando uma série de problemas, conflitos e manifestações indigenas, contra as ações do governo que atualmente vem respondendo de maneira cada vez mais danosa para os índios.

O inicio efetivo deste movimento agitado por estas duas jovens guerreiras xinguanas, se deu em janeiro de 2010, onde por uma ideia proposta e muito trabalho, vem crescendo a cada dia, ganhando cada vez mais apoiantes e seguidores.

O primeiro protesto de rua foi realizado, depois de muito esforço e trabalho, no dia 25 de Março de 2011, onde compareceram apenas 12 pessoas, mesmo com uma boa divulgação. Após isto, em empenho maior no tocante ao esclarescimento do foco movimental foi realizado e uma nova manifestação de rua marcada para dia 20 de Maio, desta vez, com cerca de 300 pessoas presentes, dentre elas, representantes de 13 etnias diferentes.

Após este evento, muitas pessoas tomaram conhecimento da luta e se organizaram entre si, realizando mais manifestações.

A proxima manifestação de rua marcada será de cunho internacional, onde todos os estados brasileiros realizarão o mesmo protesto, no mesmo dia e hora, com a confirmação de 16 paises e seus respectivos estados-capitais. Esta manifestação esta marcada para o dia 20 de agosto de 2011 e fora marcada no dia 21 de maio de 2011 em uma reunião de familia.

Desde então os esforços tem sido gigantescos.

Muitos ganhos, muitas dificuldades, muitas alegrias, muitas tristezas, muitas ofensas, muitas decepções....e a preocupação só aumentando e a luta cada vez mais dificil.

Mas essas duas índias guerreiras não desistem e se mantem firma na luta em defesa do seu povo.

Um grande exemplo a ser seguido pelos jovens indígenas do Brasil.....Os verdadeiros donos da Terra!!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

resistência cultural indígena no Brasil: Cinema de índio

190411_cinemaindioRBD - [Carlos Minuano] Familiaridade com câmeras fotográficas e filmadoras mostra que a tecnologia tornou-se instrumento de resistência cultural na aldeia Moyngo,no Xingu.

No futuro, quem sabe, dirão ser rastros de civilizações antigas as imensas áreas descampadas onde se destacam enormes geoglifos, como o que avistamos da janela do monomotor que nos leva rumo ao Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso. Mas o desenho no solo, em forma de sucuri, cujos contornos foram demarcados com eucalipto e soja, nada tem a ver com os indígenas da região.
Os campos verdes são a marca mais chocante do desmatamento provocado pela plantação de soja que avança Amazônia adentro. É isso, e não a beleza da região, o que rouba a atenção na porta de entrada do parque indígena criado pelos irmãos Villas Bôas (Orlando, Cláudio e Leonardo), que neste ano completa seu cinquentenário.
O cenário muda quando aterrissamos no Médio Xingu, na aldeia do povo Ikpeng - uma das 14 etnias que vivem na terra indígena. Por lá, a beleza natural salta aos olhos e a natureza é preservada. O clima também é contagiante. "Aldeia nova, tudo novo", comemora o simpático pajé Araká, enquanto nos guia até a aldeia Moyngo, para onde ele e sua tribo se mudaram há poucos meses
. O espaço, com 12 cabanas, fica a 15 minutos do posto indígena Pavuru - comunidade à parte, com área de atendimento médico, escola. É onde vivem também os profissionais que trabalham no local.
O pequeno grupo de jornalistas chega à aldeia para a festa de inauguração da Mawo, a Casa de Cultura Ikpeng, que passa a ser base de ações como formação, pesquisa, registro, difusão cultural e inclusão digital. O projeto é fruto de uma parceria entre a Associação Indígena Moygu da Comunidade Ikpeng, o Instituto Catitu - Aldeia em Cena e o Museu do Índio/Funai, com financiamento da Petrobras.
Foram três dias de celebração, com lançamento de um CD com cantos do Yumpuno, ritual de iniciação das crianças, e do documentário Som Tximma Yukunang, dirigidos pelos indígenas Kamatxi Ikpeng e Karané Ikpeng, com apoio da cineasta Mari Corrêa, do Instituto Catitu. O filme retrata o rito de passagem em que jovens são tatuados e aborda a tradição oral que permanece forte entre os Ikpeng, meio pelo qual conhecimentos e mitos ancestrais continuam sendo transmitidos por gerações.
O filme não é o primeiro. No total, quatro já foram produzidos - todos premiados internacionalmente. "É um movimento que vem de dentro da aldeia", diz Mari, que coordena a produção e formação audiovisual entre os Ikpeng. A familiaridade com câmeras fotográficas e filmadoras deixa claro que a tecnologia tornou-se um valoroso instrumento de resistência cultural na aldeia Moyngo. O encontro com a linguagem audiovisual, turbinado pela vontade de resgatar a própria história e identidade, mobilizou a energia que agora se cristaliza na forma da Casa de Cultura.
Quando começavam a produção do terceiro filme, sobre as origens do povo Ikpeng, os índios descobriram um farto acervo fotográfico na Universidade Católica de Goiás. Mas, além da burocracia-padrão, tiveram de pagar pelo uso das fotos. "Pagamos pra comprar algo sobre nós mesmos", reclama Kumaré Ikpeng, presidente da associação, coordenador local da Funai e cineasta. O episódio fez nascer a vontade de ter um espaço onde possam reunir material sobre a história do povo.
Luta pela terra
Buscar as tradições foi também o caminho que encontraram para que o conhecimento não se perdesse, ameaça que começou a rondar a aldeia com a morte de índios mais velhos. "Havia o desejo de incentivar os jovens a pesquisar as próprias origens", conta Mari. O pontapé inicial quem deu foi o pajé Araká. Segundo a cineasta, ele pediu que o Vídeo nas Aldeias - projeto criado em 1987 pela ONG Centro de Trabalho Indigenista - chegasse à aldeia Ikpeng, em 1997. "Já sentiam a necessidade de ter visibilidade e voz frente a uma sociedade que os ignora."
As primeiras experiências aconteceram no mesmo ano. Kumaré e o companheiro Karané gravaram o cerimonial de iniciação das crianças da aldeia. Depois, pesquisando o mito que deu origem ao ritual, rodaram o filme Moyngo, o Sonho de Maragareum, mistura de ficção e documentário.
Esse movimento desembocou no terceiro filme, Pirinop, Meu Primeiro Contato, realizado entre 2003 e 2007. Apesar dos vários momentos de palhaçada anárquica, típica do índio, o filme toca em uma ferida aberta do povo Ikpeng: a retomada do território em que viviam antes do encontro com o mundo não indígena, às margens do Rio Jato
Pouco antes do final de nossa viagem, uma conversa carregada de emoção com anciãos da aldeia Moyngo mostrou a importância do retorno à terra perdida. Airé, companheira do pajé, conta que chorou ao chegar à terra em que viviam e pediu ajuda para voltar ao que chamou de verdadeira terra Ikpeng. O pajé reforçou o pedido. "Foi uma tristeza quando vimos que tratores haviam desmatado a região." Mesmo assim, ele diz que encontrou o túmulo de sua irmã, e chorou. "Não quero morrer aqui, quero morrer lá, com meus familiares."bá, em Mato Grosso. Foi lá, na região localizada ao sudoeste do Parque Indígena do Xingu, que os Ikpeng tiveram seu primeiro contato com os Villas
Bôas. Antes de serem convencidos a ir para dentro do parque, em 1964, os Ikpeng, perseguidos e mortos por garimpeiros, estavam quase dizimados. O estrago foi tamanho que os 56 sobreviventes foram transferidos em uma única balsa.
Anteriores à produção do filme, visitas à área do Jatobá dão início a uma dramática luta pela terra abandonada, sobretudo entre os índios mais antigos. O processo oficial de reivindicação com a Funai começou em 2002, segundo Marcos Shimidit, engenheiro florestal e consultor técnico da Associação Indígena Moygu. Ele conta que em 2004, quando sobrevoou a área do Rio Jatobá, viu que a reação de fazendeiros locais também já havia começado. "Ao saber do processo de retomada das terras que tramita na Funai, aceleraram o desmatamento para a plantação de soja", afirma Shimidit.
Fonte:  Diário Liberdade.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Anistia Internacional critica Belo Monte e diz que povos indígenas são vistos como "pedra no sapato"

População indígena no continente americano
Membro das comunidades indígenas Yakye Axa e Sawhoyamaxa no Paraguai ainda luta pelo direito de retorno às suas terras ancestrais Milciades Aponte/Anistia Internacional/Tierraviva/PhotoVoiceindígenas são vistos como uma “pedra no sapato” dos interesses comerciais e por isso sofrem ameaças, expulsões de suas áreas tradicionais e assassinatos para que os recursos naturais de suas terras sejam explorados. A avaliação é da Anistia Internacional (AI) que divulga, nesta sexta-feira (5), um relatório sobre a situação das populações indígenas em todo o continente americano.
A divulgação do relatório “Sacrificando Direitos em Nome do Progresso” marca o Dia Internacional dos Povos Indígenas a ser celebrado no próximo dia 9 de agosto.
“Nas Américas, o povos indígenas conseguiram se organizar e ter voz para defender seus direitos. Porém, eles são ainda um dos grupos mais marginalizados e mais atingidos pelas violações dos direitos humanos”, divulga a organização.
A expansão da agricultura e das atividades das indústrias extrativistas, além de outros grandes projetos de desenvolvimento como barragens e estradas que cruzam as tradicionais terras indígenas são uma “crescente ameaça” a estes povos.
O documento critica a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, na Amazônia. Segundo Patrick Wilcken, pesquisador da Anistia em assuntos brasileiros, os “planos ambiciosos” do governo brasileiro para construir centenas de hidrelétricas em toda a Amazônia irão causar “enormes problemas para a sobrevivência destes povos”.
De acordo com o ativista, Belo Monte é um “caso problemático”, pois terá um influxo de milhares de trabalhadores para a área durante o período de construção e mais de 20 mil pessoas terão que ser deslocadas. “Muitos indígenas impactados já reclamam não terem sido consultados”, afirma.
Outra preocupação da organização diz respeito à construção das barragens ao longo do rio Madeira onde existem povos isolados. “A construção de Jirau e Santo Antônio, por exemplo, já causaram migrações em larga escala e com isso levando doenças, desmatamento e violência.”
O empreendimento de Belo Monte está mantido apesar da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) da OEA (Organização dos Estados Americanos) ter solicitado ao governo brasileiro que suspendesse imediatamente o processo de licenciamento e construção em razão do potencial prejuízo da obra aos direitos das comunidades tradicionais da bacia do rio Xingu.
No dia 1º de junho, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) concedeu a licença de instalação para a construção da usina à Norte Energia S. A., empresa responsável pela implantação do empreendimento. O órgão ambiental confirmou que as condicionantes exigidas para a concessão foram cumpridas.
Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, garantiu que a hidrelétrica de Belo Monte entrará em funcionamento em 2015.
Esta decisão, segundo a Anistia, “desafiou e desprezou” a indicação do CIDH de suspendê-la até que os direitos das comunidades indígenas locais estivessem “garantidos em sua totalidade”.
A Anistia reivindica que os índios tenham acesso às avaliações de impacto ambiental e social do projeto em suas línguas, além de medidas para proteção dos que vivem isolados.

“Por um triz”

Para o pesquisador Patrick Wilcken, a Anistia pede que os governos dos países da região parem de priorizar os projetos de desenvolvimento às custas dos direitos dos povos indígenas.
“Houve muitos avanços em termos do cumprimento de direitos dos indígenas no Brasil, no entanto, a discriminação, as incursões ilegais às terras indígenas e ameaças contra as lideranças persistem. A atual agenda de desenvolvimento do governo apresenta sérios desafios para os grupos indígenas em todo o Brasil. A demarcação de muitas terras ficou paralisada colocando em risco muitas comunidades indígenas, assim como os indicadores sociais e econômicos dos indígenas brasileiros na saúde e educação permanecem substancialmente baixos”, disse ao UOL Notícias.
Segundo o relatório, depois de séculos de abuso e discriminação, a sobrevivência física e cultural destas populações está “por um triz” por haver uma “vontade política insuficiente” de reconhecê-los, respeitá-los e protegê-los, “uma vez que estes direitos são vistos como obstáculos para o crescimento econômico”.
O avanço da soja, o gado, a madeira e empresas mineradoras na Amazônia são as principais ameaças, afirma Wilcken que cita o caso dos Guajajara no Maranhão, os Enawene Nawe no Mato Grosso e os Suruí em Rondônia que têm “sofrido intimidações e ameaças nas mãos de madeireiros e empresas mineradoras”.

Guaraní-kaiowá

Segundo a entidade, a situação é particularmente grave no Estado do Mato Grosso do Sul, onde vivem comunidades guarani-kaiowá que enfrentam “constantes perseguições de pistoleiros contratados por fazendeiros locais”.
No relatório, “apesar dos esforços de promotores públicos para avançar no processo de reconhecimento dos direitos indígenas às suas terras tradicionais, o processo permanece paralisado”.
“Muitas das lideranças já foram assassinadas. Este talvez seja o caso mais sério em termos de violência sistemática contra os povos indígenas no Brasil hoje”, admite Wilcken.
O ativista critica que o direito constitucional destes povos às suas terras ancestrais está em perigo devido à “expansão das plantações de cana de açúcar para suprir o boom do etanol”.
Em setembro de 2009, 35 famílias de guarani-kaiowá da comunidade de Laranjeira Nanderu foram expulsas de suas terras tradicionais. A Polícia Federal, que supervisionou a expulsão, informou ao proprietário que a comunidade retornaria ao local para recolher os objetos que tiveram que deixar para trás. Porém, o proprietário incendiou as casas e todos os pertences dos moradores.
A partir de então, a comunidade passou a viver em tendas improvisadas à beira da rodovia BR-163, no Mato Grosso do Sul. A Anistia já denunciou as “deploráveis condições” em que se encontra esta comunidade que vive sob “ameaças e intimidações de seguranças armados contratados por fazendeiros locais”.
Cerca de 30 mil guarani-kaiowá vivem hoje no Estado do Mato Grosso do Sul. A Anistia alerta para as “grandes dificuldades econômicas e o deslocamento social das comunidades”, nas quais mais da metade dos jovens dessa etnia “se vê obrigada a percorrer distâncias longínquas dentro do Estado para trabalhar como cortadores de cana nas plantações, geralmente em condições severas e exploradoras”.
 Fabíola OrtizFomte: Especial para o UOL Notícias
No Rio de Janeiro

domingo, 24 de julho de 2011

Presidente do Ibama assume Belo Monte e afirma que não é seu papel cuidar do meio ambiente

Sem saber que estava sendo gravado, Curt Trennepohl sugere que o Brasil faça o mesmo que a Austrália fez com os aborígenes


Em entrevista ao programa australiano “60 Minutes”, o presidente do Ibama, Curt Trennepohl afirmou que está disposto a viver com a decisão de autorizar a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e que seu trabalho não é cuidar do meio ambiente e sim “minimizar impactos ambientais”.
No momento em que é contestado pela repórter sobre a questão indígena. Trennepohl afirma que “nenhuma tribo será atingida ou perderá suas terras em razão da hidrelétrica”,. Depois de afirmar que não responderá a nenhuma outra pergunta, o cinegrafista sai da sala, mas continua gravando a conversa.
Sem saber que estava sendo gravado, presidente do Ibama considera a possibilidade de que o que o Brasil faça com os índios a mesma coisa que a Austrália fez com sua população nativa, os aborígenes, que eram perseguidos em campanhas de extermínio pelos colonizadores britânicos e por leis discriminatórias.
Acompanhe o diálogo:
“Vocês têm os aborígenes lá e não os respeitam", afirma Trennepohl.
"Então vocês vão fazer com os índios a mesma coisa que nós fizemos com os aborígines?", questiona a jornalista.
"Sim, sim", responde Trennepohl.
“Nós reconhecemos que o que fizemos com nossos aborígenes é errado.”
“Ah, você sabe que é errado”.
Veja o vídeo

Fonte:BRASIL DE FATO

sábado, 15 de janeiro de 2011